sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Mistérios do Passado...



Quando a margem da consciência de um homem e a renda bordada de sua nobreza encontra-se ambas abaladas...
Qualquer instante é o limite entre o final de sua vida e o inicio de sua nova jornada,
Eis uma pequena caminhada em direção ao intenso deslocar de pensamentos dentro da minha imaginação.
Ultimamente ando viajando dentro de uma tímida e dolorida inspiração.
Um pausado e inquieto sorriso...
Neste instante a janela de minha alma está aberta e meu olhar serrado dentro de um ser, contemplando a face intrigante do horizonte, adormecido no sangrar do pôr-do-sol.

Inicio uma jornada entre livros e filmatografias francesas, busco solucionar problemas sentimentais e encontrar razões para teorias.
Um alento seria entender como ou porque no instante em que um venenoso grito de ódio e rancor me corta a garganta, um mesmo e inquieto anseio de simplicidade e amor me aquece o coração.

Deixar fantasmas percorrerem o teu destino contigo pode ser doloroso e igualmente tenro quanto tardes solitárias de inverno.
Não é mais uma dor e nem uma tristeza, parece apenas uma busca entre o que não é, o que se torna, o que me tornei, o que passou e o que tenho de enterrar.
Respiro ofegante...

Uma canção atravessa a noite e o deslizar do choro cristalizado de um violino se confunde ao som da tumba e ao perfume da madeira trabalhada.
A composição é triste e me faz querer dançar e chorar, chorar e dançar...
Correr e me adentrar por fora de meus sonhos mesclado a um radiante emaranhado de tambores, pratos e florinetes italianos que salientam despedidas e abraços nunca antes oferecidos.
Aparece a ansiedade de flutuar pelo ar e compor junto às estrelas uma canção de despedida sob a capa da noite e a bailarina lunar, brota a vontade de despertar no nunca mais e nunca mais despertar para o resto da eternidade.
Acordo, porque a eternidade dura tão pouco quanto asas de borboletas azuis, destas que não encontramos frequentemente, decerto porque não duram muito.

“Então voaremos juntos eu e você para onde o destino não nos encontre e o intrigar da partida não se torne tão pobre e sem sentido quanto a chegada, porque o que importa não é para onde você vai, mas o que você faz e o que se torna pelo caminho”.

Onde quer que esteja dama da noite, onde quer que se encontre bailarina noturna, onde quer que repouse misteriosa fada das estrelas e onde quer que nos apaixonemos senhora dos lagos, fiquem bem, assim felizes e entorpecidas de minhas saudades...

Agora repouso ao som de “Lago dos Cisnes”, descanso a sombra de minhas tristezas e adormeço aos braços daquela que ainda espero conhecer enquanto avisto a distante, um caminho, um limite, e isto não acontece muitas vezes...
Acontece apenas quando a margem da consciência de um homem e a renda bordada de sua nobreza encontra-se ambas abaladas.
E você descobre que qualquer instante é o limite entre o final de sua vida e o inicio de sua nova jornada...

Em homenagem aos amores imperfeitos, que são mágicos quanto os amores reais, mas não tão verdadeiros quanto aqueles que não deram certo.

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